Prevenção diminui em 90% o risco de AVC

26 de outubro de 2017 - 17:43

Domingo, 29 de outubro,  é o Dia Mundial e Estadual de Combate ao Acidente Vascular Cerebral (AVC). A data funciona como um alerta para a necessidade de prevenção da doença cerebral que mais mata no Brasil. No Ceará, a cada 30 minutos alguém sofre um AVC e diariamente são feitas 11 internações de pacientes com a doença. Na rede pública estadual, três hospitais fazem atendimento especializado em AVC: Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e Hospital Waldemar Alcântara, na capital, além do Hospital Regional do Cariri (HRC), em Juazeiro do Norte.

Cerca de 4.500 pessoas morrem por ano no Ceará vítimas de AVC. É a doença que mais mata os cearenses e responde por 10% de todos os óbitos do Estado. Uma a cada seis pessoas sofrerá um AVC durante a vida. No mundo, a cada seis segundos, uma pessoa morre da doença. São 6,5 milhões de mortes no mundo e 100 mil óbitos Brasil em 2015. É também a primeira causa de incapacidade em adultos. Estima-se que depois de um ano após sofrer um AVC, um quarto das pessoas estão mortas, um quarto estão acamadas e dependentes e apenas um terço retornam ao trabalho.

Em média, a emergência do Hospital Geral de Fortaleza, atende por mês 240 pessoas vítimas de AVC. Por ano, 1.900 dão entrada pela emergência e 800 pacientes ficam internados na unidade de AVC. O HGF foi a primeiro hospital público do Ceará a oferecer o tratamento a partir do trombolítico, um medicamento que dissolve os coágulos no cérebro e diminui em quase 50% as possíveis sequelas da doença, além de reduzir cerca de 30% a mortalidade. A unidade de AVC do HGF investe na reabilitação precoce por meio de uma equipe multidisciplinar. São médicos neurologistas, enfermeiros capacitados para tratar de AVC, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais que monitoram, 24 horas por dia, 20 leitos de internação.

O caso do porteiro Paulo de Tarso Tibúrcio da Silva, de 56 anos, ilustra bem. Divorciado e sem filhos, ele mora na Vila União e sofreu um AVC Isquêmico na última segunda-feira, 23, quando estava em companhia de amigos. “Eu estava conversando com uns amigos quando comecei a sentir uma dormência na perna e no braço direito, além de uma dor de cabeça muito forte. Na hora eles não acreditaram, porque eu sou muito brincalhão, mas quando tentei levantar eu caí e eles me ajudaram e me levaram para casa. Chegando lá, minha família acionou o SAMU que de imediato me socorreu e me trouxe para o HGF dentro da janela e Graças a Deus eu não tenho do que reclamar. Todo o suporte que eu tive, foi muito rápido e não me deixou sequelas”, contou Paulo de Tarso.

No Cariri, a cada 24 horas, três novos pacientes que sofreram AVC agudo dão entrada na emergência do HRC. Em quatro anos de implantação desse serviço no hospital, o número de atendimento cresceu 40% no Cariri. A unidade de AVC do HRC faz parte do projeto de descentralização do Programa de Atenção Integral e Integrada ao AVC no Ceará, iniciativa que tem reduzido de maneira significativa o número de óbitos. Em 2016, dos 719 atendimentos, houve 17 óbitos, 2% do total. A unidade de AVC agudo do Hospital Regional do Cariri realizou mais de 2.600 atendimentos nos últimos 4 anos.

Fatores de risco

“Tratando os chamados fatores de risco, as chances de se ter um AVC diminuem 90%”, diz o neurologista João José de Carvalho, coordenador do Comitê Estadual de Atenção ao AVC e presidente da Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares (SBDCV). A doença pode ser prevenida desde que se controle os chamados fatores de risco, como pressão alta, fumo, obesidade, sedentarismo, dieta inadequada, colesterol elevado, uso abusivo de bebidas alcoólicas, diabetes, estresse crônico e arritmias cardíacas. Em países desenvolvidos o AVC já caiu para a 3ª, 4ª e, em alguns, 5ª causa de morte.

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O AVC pode ser isquêmico, quando um coágulo entope uma artéria cerebral ou hemorrágico quando uma artéria cerebral se rompe. Os AVC´s isquêmicos são mais comuns – 80% dos casos. Os sintomas são perda súbita da força muscular em um lado do corpo; formigamento/dormência em um lado do corpo; dificuldade súbita para falar e/ou compreender o que se fala; perda visual súbita, particularmente de um olho apenas; tontura/vertigem e/ou dificuldade no equilíbrio de instalação súbita; e dor de cabeça súbita, diferente de todas que a pessoa já sentiu, sem causa aparente.

Para marcar o Dia de Combate ao AVC, a Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares realiza com o apoio do shopping RioMar Fortaleza a campanha “AVC tem Conserto”, para alertar à população sobre as medidas de prevenção contra a doença. No sábado, dia 28, acontecerá o Concerto para o AVC, com show do sanfoneiro Waldonys e da Orquestra Sinfônica da Universidade Estadual do Ceará (UECE), no Estacionamento Aberto da Lagoa do Papicu, às 17 horas, com entrada gratuita.

Fique atento aos sintomas

• Diminuição ou perda súbita da força na face, braço ou perna de um lado do corpo;
• Alteração súbita da sensibilidade com sensação de formigamento na face, braço ou perna de um lado do corpo;
• Alteração aguda da fala, incluindo dificuldade para articular, expressar ou para compreender a linguagem;
• Dor de cabeça súbita e intensa sem causa aparente;
• Instabilidade, vertigem súbita intensa e desequilíbrio associado a náuseas ou vômitos.

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