HGF atende 70 pacientes com esclerose múltipla

30 de março de 2009 - 17:24

O Centro de Tratamento de Esclerose Múltipla do Hospital Geral de Fortaleza, unidade da rede estadual de saúde, funciona há apenas 10 meses e já acompanha 70 pacientes. Os atendimentos ocorrem sempre às quartas-feiras pela manhã. A equipe chefiada pelo neurologista Artur D’Almeida é composta ainda por oftalmologista, urologista, nutricionista, fonoaudiólogo,farmacêutica e enfermeira.

No HGF, o tratamento é feito com medicamentos de alto custo que modulam a imunidade. Só para se ter uma idéia do elevado custo do tratamento, na rede complementar o custo mensal de um paciente com esclerose múltipla chega a R$7 mil por mês. A esclerose múltipla, muitas vezes, fica silenciosa. É importante ficar atento aos sintomas. Sem o diagnóstico  precoce, a doença pode comprometer a qualidade de vida dos portadores, levando até a degeneração.

A esclerose múltipla é uma doença neuroimunológica rara (que envolve o sistema nervoso e de defesa), de causa desconhecida que apresenta lesões no Sistema Nervoso Central (SNC). Caracteriza-se por surtos periódicos e tende a piorar a cada crise. Pode também ser progressiva, com piora constante. Lesa a mielina, camada que recobre o nervo e liga o cérebro ao corpo, provocando dificuldades motoras e sensitivas que comprometem a qualidade de vida dos portadores.

 

Estatísticas

18 em cada 100 mil habitantes têm a doença no Brasil
É mais comum em mulheres que em homens
(proporção de 2 para um)
Manifesta-se, em média, entre os 15 e 50 anos de idade

Entendendo a doença

A comunicação entre o cérebro e o resto do corpo (células, tecidos e órgãos) é feita através de uma rede de nervos, cuja via central é a medula espinhal, de onde saem fibras nervosas para todas as partes do organismo.

A rede nervosa é constituída por milhares de células especializadas, que conduzem todo o tipo de mensagem vital para a saúde do corpo. São, principalmente, os neurônios.

A esclerose múltipla começa com um distúrbio no sistema imunológico. A medula espinhal é atacada. Algumas células de defesa, que devem proteger o organismo, estranham-no e passam a destruí-lo.

Com o dano, fica impedida a transmissão das mensagens entre o cérebro e o resto do corpo.

Sintomas

Em muitos casos, a fase inicial da esclerose múltipla é bastante sutil e está representada por sintomas transitórios que duram de 5 a 7 dias.
Essas características fazem com que o paciente não dê importância às primeiras manifestações da doença que, na sua forma mais comum, é remitente-recorrente, ou seja, os sintomas vão e voltam e independem do tratamento.

Sintomas sensitivos
Estão entre os sintomas sensitivos a alteração da aquidade visual (visão turva) e a perda de sensibilidade dos membros inferiores de um lado só do corpo. Esses sintomas indicam certos locais específicos do comprometimento do sistema nervoso central.

Sintomas motores
Podem caracterizar-se por fraqueza ao segurar um copo, dificuldade para escrever ou para correr. Muitas vezes, o paciente percebe que tem a doença porque perde um pouco de sua performance habitual na prática de um esporte. Estava acostumado a correr meia hora, mas depois de 15 minutos está cansado e começa a puxar uma perna. Geralmente, a dificuldade motora não é bilateral. Ela se manifesta apenas no membro de um dos lados do corpo.

Eficácia do tratamento

Como se trata de uma doença com manifestação remitente-recorrente, o objetivo do tratamento é reduzir a possibilidade de um novo surto, de uma nova exacerbação da doença. Isso significa tentar aumentar o intervalo entre um sintoma e outro. Hoje, com a eficiência das medicações, os surtos são espaçados e se evita as degenerações.
Se o doente apresentar mais do que duas manifestações clínicas por ano, se no período de seis meses a um ano entre dois exames, a ressonância magnética revelar número crescente de lesões novas, deve ser prescrito tratamento para controlar a imprevisibilidade da doença. Muitos pacientes chegam a declarar que se sentiriam menos abalados se soubessem que tinham uma doença de progressão lenta, mas que não lhes passasse a sensação de que “hoje estou bem, amanhã talvez não possa trabalhar ou não consiga ler nem escrever uma palavra sequer”. Portanto, é a imprevisibilidade dos sintomas que ainda hoje determina a prescrição do tratamento, cujo objetivo é reduzir o impacto da recidiva na vida dos doentes.

 
MAIS INFORMAÇÕES
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